Presidencialismo de coalizão em transe e crise democrática no Brasil

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Sérgio Abranches

Abstract

O padrão político-partidário brasileiro já mudou muito e continua em mudança. As eleições de 2018 foram disruptivas. Romperam o eixo partidário-eleitoral que organizou governo e oposição nos últimos 25 anos e por seis eleições gerais. O novo governo começou embalado em altas expectativas e muita controvérsia. Bolsonaro formou, tardiamente, uma coalizão minoritária, mais por pressão do que por convicção. A pandemia adicionou um agravante inédito e muito sério ao quadro. A pandemia produziu centenas de milhares de mortes e levou à convocação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar erros e omissões do Executivo Federal. Ela vem cobrando ao governo alto preço em legitimidade política. A atitude político-institucional do presidente tem provocado impasses decisórios e crise política, diante da pior crise que o país já enfrentou. Há sinais de risco à democracia e institucional. No terceiro ano de governo, Bolsonaro tem perdido popularidade e gerado mais crises políticas do que soluções. O objetivo deste artigo é analisar estas mudanças e suas graves consequências político-institucionais.

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Come citare
Abranches, S. (2021). Presidencialismo de coalizão em transe e crise democrática no Brasil. RIVISTA EUROLATINOAMERICANA DI ANALISI SOCIALE E POLITICA, 2(3), 67-79. Recuperato da https://memoriaeuropae.unsj.edu.ar/index.php/relasp/article/view/681
Sezione
Parte monografica [Dossier]:

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